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| Valmir Ferreira dos Santos, morador da Parada de Taipas, no bairro Jaraguá, é candidato a vereador na Eleição 2016. Partido: PC do B Número: 65017 |
As entrevistas são realizadas pelo jornalista Marinaldo Pedrosa em modalidade multimídia, via Messenger. Durante as conversas, as perguntas são feitas e respondidas por escrito. Em algumas oportunidades são mostrados links de matérias, cujo conteúdo os candidatos são convidados a ler e comentar.
Caso você queira ler outras entrevistas realizadas com os demais candidatos moradores do distrito a uma das 55 vagas de vereador com quatro anos de mandato disponíveis na Câmara Municipal de São Paulo, acesse a Lista de Entrevistas com Candidatos a Vereador do Bairro Jaraguá.
O entrevistado do dia é Valmir Ferreira dos Santos, 47 anos. Ele nasceu em Salvador, Bahia, mora em São Paulo há 40 anos e há 35 vive no vilarejo de nome Parada de Taipas que fica dentro do distrito Jaraguá.
Santos é formado em Gestão Pública e atualmente faz um curso de pós-graduação em Políticas Públicas. Ele já foi diretor de uma empresa de terceirização de serviços e hoje é trabalhador autônomo no ramo de manutenção predial.
O candidato é presidente do Instituto Social Brasil Esperança, o qual é voltado para a organização de atividades ligadas à cultura e à arte conforme a atribuição 9493-6/00 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Ele já atuou como conselheiro gestor na área de saúde, foi delegado da conferência municipal de saúde, delegado no Ministério das Cidades e conselheiro participativo da subprefeitura de Jaraguá/Pirituba/São Domingos, onde representou o Jaraguá.
Em 2012, Santos candidatou-se a vereador e recebeu 1700 votos, que não foram suficientes para elegê-lo. "Eu não tinha nenhuma experiência, mas minha participação naquelas eleições acabou me ajudando muito nos meus trabalhos sociais no bairro", conta. Neste ano de 2016, ele é o candidato número 65017 do Partido Comunista do Brasil (PC do B).
Marinaldo Pedrosa (MP): candidato Valmir Ferreira dos Santos, por quais motivos você quer se tornar vereador? Quais as suas principais propostas?
Valmir Ferreira dos Santos (VFS): para melhor servir essa população. Sinto que no bairro tudo é difícil e que as coisas só são feitas quando há um interesse por parte do político. Aqui, nem mesmo a subprefeitura nos dá um atendimento eficiente.
Um gestor público, seja ele qual for, não pode distinguir cor, raça, liderança e partido politico, dentre outras características. Ele tem que prestar o serviço ao bem comum de forma igualitária.
São por essas e outras razões que eu gostaria de me tornar um vereador desse bairro e da cidade de são Paulo. Pretendo acabar com essas desigualdades.
Para isso, tenho várias propostas sendo uma delas na área da saúde pública. Quero fazer com que o governo invista a verba com mais eficiência. Meu objetivo é manter as unidades de saúde dos bairros com médicos, remédios e diminuir o tempo de espera por exames.
Tenho outra proposta na área da moradia popular. Quero fazer com que o governo abra parcerias com as entidades não governamentais tendo em vista diminuir o déficit habitacional.
Outra bandeira que vou levantar é referente a saúde dos animais. Percebemos que tem muitos animais abandonados. Quero implantar políticas públicas que amenizem isso, já que eles influenciam nossa saúde física e emocional. Pretendo lutar por um hospital público e veterinários mais próximos e/ou realizar convênios com a prefeitura.
Me considero fiel por ser justo e cumpridor de todos os meu compromissos e tarefas. Nunca deixei ninguém na mão.
MP: como você vai realizar todas essas tarefas que acabou de mencionar? Você pensa em elaborar e tentar aprovar alguma lei a respeito?
VFS: nos meus quatro anos de mandato pretendo tentar aprovar uma comissão com dois representantes da sociedade civil, um advogado, um vereador, um representante da Lei da Responsabilidade Fiscal e um promotor público para fiscalizar todas as obras a partir de médio porte realizadas no município. Esse projeto de lei eu vou tentar passar sim. Esse será um dever pessoal meu como vereador.
MP: como você irá conseguir implantar as políticas de saúde pública e saúde dos animais as quais se referiu anteriormente?
VFS: por meio de acordos feitos com as devidas secretarias da prefeitura. É certo que, para passar pela Câmara é necessário ter muita articulação e planejamento estratégico, isto é, é bem difícil mesmo.
Contudo, eu já atuo na questão das moradias. Já conheço também os caminhos da saúde pública. E quanto à saúde dos animais, as pessoas têm me dito que os gastos são grandes e que isso compromete o orçamento delas. Pretendo melhorar essa situação.
MP: você se considera um candidato de esquerda ou de direita? Por quais motivos?
VFS: sou um candidato de esquerda porque é com o que eu me identifico. Gosto de ajudar o próximo. Luto pela igualdade. São por esses motivos.
MP: Dilma Rousseff, que se considera de esquerda como você, recebeu mais de 54 milhões de votos populares em 2014, mas em 2016 foi deposta por algumas centenas de votos de deputados e senadores. Na sua opinião, isso foi um impeachment ou foi um golpe de estado?
VFS: o que ocorreu foi um impeachment e não um golpe de estado. Na realidade, um impeachment estratégico com a justificativa das "pedaladas fiscais".
Nesse contexto, a ex-presidenta não perdeu os seus direitos políticos, o que não foi por gratificação, pena ou por mérito dos serviços prestados. Está em curso a cassação do mandato do Sr Eduardo Cunha. Então, se um tem direito, todos terão. Essa é a jogada. Eles têm interesse em não cassar os direitos do Sr Eduardo Cunha.
Em 2014, o Sr Aécio Neves (PSDB) mencionou que a presidenta não iria governar, como aconteceu com o avô presidente Tancredo Neves, e foi o que aconteceu. Ela não conseguia aprovar os projetos ou propostas, não conseguia passar nada nem na Câmara e nem no Congresso.
Na tentativa de pagar as contas, Dilma acabou enquadrada na Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas a ex-presidenta não era o alvo. Os alvos são o Sr Luiz Inácio Lula da Silva e o PT.
Resumindo tudo isso, digo que o poder na mão da esquerda incomoda muita gente, principalmente os conservadores.
Nesse contexto, a ex-presidenta não perdeu os seus direitos políticos, o que não foi por gratificação, pena ou por mérito dos serviços prestados. Está em curso a cassação do mandato do Sr Eduardo Cunha. Então, se um tem direito, todos terão. Essa é a jogada. Eles têm interesse em não cassar os direitos do Sr Eduardo Cunha.
Em 2014, o Sr Aécio Neves (PSDB) mencionou que a presidenta não iria governar, como aconteceu com o avô presidente Tancredo Neves, e foi o que aconteceu. Ela não conseguia aprovar os projetos ou propostas, não conseguia passar nada nem na Câmara e nem no Congresso.
Na tentativa de pagar as contas, Dilma acabou enquadrada na Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas a ex-presidenta não era o alvo. Os alvos são o Sr Luiz Inácio Lula da Silva e o PT.
Resumindo tudo isso, digo que o poder na mão da esquerda incomoda muita gente, principalmente os conservadores.
MP: você chamou a anulação de 54 milhões de votos populares de "impeachment estratégico". O outro nome para isso não seria "golpe"?
VFS: não porque eles não deixaram a presidenta governar desde a posse dela até o dia de hoje. Quando dizem que é o voto que manda está provado que não é. Quem manda são eles.
MP: então, você está dizendo que o voto do cidadão brasileiro não tem nenhum valor?
VFS: tem e muito meu caro, mas nesse caso não valeu nada. Eles passaram por cima. O meu voto foi ignorado e o dos 54 milhões também. E não foi por falta de manifesto.
Eu aqui em São Paulo fui em quase todas as manifestações porque eu valorizo todos que ali estavam, valorizo o voto. Tentamos impedir, mas quem decide são eles, não somos nós com os nossos votos.
Eu aqui em São Paulo fui em quase todas as manifestações porque eu valorizo todos que ali estavam, valorizo o voto. Tentamos impedir, mas quem decide são eles, não somos nós com os nossos votos.
MP: para finalizar nossa entrevista, eu vou lhe fazer uma pergunta que envolve religião e política. Recentemente, o jornal Estadão demonstrou em uma matéria que a Câmara dos Vereadores de São Paulo tem se tornado um templo e lugar de orações uma vez por semana. O que você acha dessa situação? Na sua opinião, existe algum problema em se realizar esse tipo de atividade dentro da Câmara dos Vereadores?
VFS: eu vejo muitos e sérios problemas. Primeiro, não é permitido a liberação de qualquer espaço público para eventos religiosos. Agora, uma vez que você libera na Câmera Municipal, você está liberando para qualquer lugar público.
Então, não concordo. Para isso, cada religião tem os seus próprios espaços. Discordo, mas com todo respeito. Eu tenho muitas pessoas da minha família que são evangélicos, tenho um irmão que é pastor. Mas na minha opinião, não concordo quando se tenta transformar a Câmara em lugar de oração.
A entrevista com Valmir Ferreira dos Santos termina aqui. Acesse a Lista de Entrevistas com Candidatos a Vereador do Bairro Jaraguá e conheça outros candidatos antes de votar na Eleição 2016.
Sobre o Autor:
Então, não concordo. Para isso, cada religião tem os seus próprios espaços. Discordo, mas com todo respeito. Eu tenho muitas pessoas da minha família que são evangélicos, tenho um irmão que é pastor. Mas na minha opinião, não concordo quando se tenta transformar a Câmara em lugar de oração.
A entrevista com Valmir Ferreira dos Santos termina aqui. Acesse a Lista de Entrevistas com Candidatos a Vereador do Bairro Jaraguá e conheça outros candidatos antes de votar na Eleição 2016.
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Marinaldo Gomes Pedrosa é formado em Jornalismo pela UniSant'Anna. Vive no bairro Jaraguá desde 1976. |
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